Recentemente, ao postar no meu mural do facebook uma mensagem contra a homofobia, um amigo homossexual escreveu: “É por essas que te adoro”. A princípio, fiquei contente - resposta natural a uma demonstração de afeto. Depois fiquei incomodada com aquilo, sem saber exatamente o motivo. Pensei no assunto durante dias, tentando entender... E, finalmente, a ficha caiu.
Antes de qualquer coisa, deixemos de lado os questionamentos acerca da sexualidade. Não pretendo levantar a discussão sobre a origem da definição sexual, ou – termo tenebroso – sobre sua normalidade. Aliás, tenho a intenção de que isso não aconteça. E por quê?
Porque essa é uma reflexão sobre o respeito. E, para respeitar uma existência diferente da sua, você não precisa entendê-la; não precisa provar sua legitimidade, nem justificá-la cientificamente. Conviver em harmonia com o que é diferente significa reconhecer que você é um, dentre bilhares. É compreender que o mundo não gira em torno do seu umbigo, que as suas crenças não são irrefutáveis e que o universo não concordará sempre com você. Isso não é um tanto óbvio?
É claro que eu entendo o carinho do meu amigo, ao comentar a minha mensagem no facebook. É, provavelmente, fruto de inúmeras situações de desaprovação, rejeição e - por que não? - retaliação às quais foi submetido. O que não consigo entender é como consideramos possível viver em um mundo no qual, ao cumprir suas obrigações, você é considerado especial. Ainda mais quando isso significa apenas respeitar o outro.
1 comentários:
Que capricho de blog!! Você, como sempre, não economiza na qualidade, né, Paulinha. Seus blogs nos fazem sentir bem estética e intelectualmente: textos gostosos de ler num espaço decorado com todo o bom gosto. Parabéns!!
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