Autor: Gregory W. Lester
Tradução:
Marcus Vinicius Alves
Tendo em vista que as crenças se desenvolvem
para aumentar nossa habilidade de sobrevivência, elas são biologicamente projetadas
para ser fortemente resistentes às mudanças. Para mudar crenças, céticos
precisam apontar os problemas de significados e as implicações de “sobrevivência”
do cérebro em adição à discussão das evidências.
Sendo o princípio básico tanto do pensamento cético
quanto da investigação científica de que crenças podem estar erradas, é
normalmente confuso e irritante para cientistas e céticos que as crenças das
pessoas não mudem, mesmo quando em confronto de evidências que as neguem. Como,
nos perguntamos, as pessoas são capazes de sustentar crenças que contradizem os
dados?
Essa perplexidade pode produzir uma tendência
infeliz por parte dos pensadores céticos de depreciar e menosprezar pessoas
cujas crenças não mudem em resposta às evidências. Elas podem ser vistas como inferiores,
estúpidas, ou loucas. Essa atitude é engendrada pela falha dos céticos de
entender o propósito biológico das crenças e a necessidade neurológica de que
elas sejam resilientes e insistentemente resistentes às mudanças. A verdade é
que por sua forma de pensar rigorosa, muitos céticos não possuem um
entendimento claro ou racional do que são as crenças e porque até as mais absurdas
delas não desaparecem com facilidade. Entender o propósito biológico das
crenças pode ajudar os céticos a serem bem mais efetivos em confrontar crenças
irracionais e em comunicar conclusões científicas.
Biologia e Sobrevivência
O propósito primário do nosso cérebro é nos manter
vivos. Certamente ele faz mais que isso, mas sobrevivência sempre é seu
propósito fundamental e sempre vem primeiro. Se nos machucarmos a ponto de que
nossos corpos só tenham energia suficiente para manter a consciência ou os nossos
corações batendo, mas não os dois, o cérebro não terá problemas em optar por
nos colocar em coma (sobrevivência antes de consciência), ao invés de um estado
de alerta fadado à morte (consciência antes de sobrevivência).
Por toda atividade do cérebro servir ao propósito
fundamental de sobrevivência, o único caminho de entender com acurácia qualquer
função cerebral é examinar seu valor como ferramenta de sobrevivência. Mesmo a
dificuldade de tratar com sucesso transtornos comportamentais como a obesidade
e o vício só pode ser entendida ao examinar suas relações com a sobrevivência. Qualquer redução na ingestão calórica ou na disponibilidade de uma substância a que um indivíduo é viciado sempre é percebida pelo cérebro como uma ameaça à sobrevivência. Como resultado, o cérebro
poderosamente sugere o comer em excesso ou o abuso da substância, produzindo as
familiares mentiras, fugas, negações, racionalizações, e justificativas
comumente exibidas por indivíduos sofrendo com esses distúrbios.
Sentidos e Crenças
Umas das principais ferramentas do nosso cérebro
para garantir a sobrevivência são os nossos sentidos. Obviamente, nós
precisamos ser aptos a perceber com precisão o perigo, a fim de tomar medidas
destinadas a nos manter seguros. Para sobreviver, precisamos ser capazes de ver o leão vindo em nossa
direção quando saímos de nossas cavernas
ou ouvir o intruso invadindo nossa casa no
meio da noite.
Apenas os
sentidos, no entanto, são inadequados
como efetivos detectores de perigo, pois eles são muito limitados, tanto em alcance quanto
em escopo. Podemos ter contato sensorial direto com apenas uma pequena parte do mundo a cada momento. O cérebro considera este um problema
significativo, porque mesmo a vida comum do dia a dia exige que
estejamos constantemente em movimento dentro
e fora do alcance da nossa
percepção do mundo como ele é agora. Entrar em um
território que nós não vimos ou ouvimos previamente nos coloca na posição
perigosa de nao possuir qualquer aviso prévio de potenciais perigos. Se eu
entrar em uma construção desconhecida em uma parte perigosa da cidade, minhas
chances de sobrevivência diminuem porque não tenho como saber se o telhado está
prestes a entrar em colapso ou alguém armado me espera no próximo corredor.
Introduzindo as crenças. “Crença” é o nome que
damos à ferramenta de sobrevivência do cérebro, desenvolvida para aumentar e melhorar a função dos nossos sentidos de
identificação de perigo. Crenças estendem o alcance
dos nossos sentidos para que possamos
detectar melhor o perigo e,
assim, aumentar nossas chances de sobrevivência à medida que avançamos para dentro e fora
de territórios desconhecidos. Crenças, em essência, são como "detectores de perigo de longo alcance"
do nosso cérebro.
Funcionalmente, nossos cérebros tratam as crenças
como "mapas" de partes do
mundo com as quais nós não temos
contato sensorial imediato. Enquanto estou sentado em minha sala não posso
ver meu carro. Embora eu o tenha estacionado em minha
garagem há pouco tempo, utilizando apenas dados sensoriais imediatos eu não sei
se ele ainda está lá. Como resultado, neste momento as informações sensoriais
são de pouca utilidade para mim
em relação ao meu carro.
Para encontrar o meu carro com algum grau de
eficiência o meu cérebro deve ignorar
as informações sensoriais atuais (que,
se usadas em um sentido
estritamente literal, não só não
me ajudam a localizar o meu carro, como em verdade indicam que ele
não existe mais) e por sua vez recorrer
ao seu mapa interno da
localização do meu carro. Esta é
a minha crença
de que o meu carro ainda está em
minha garagem, onde o deixei. Ao
utilizar a minha crença em vez de dados sensoriais, meu cérebro
pode "saber" algo sobre o
mundo com o qual não tenho
contato sensorial imediato. Essa capacidade "estende" o conhecimento e o contato do meu cérebro com o mundo.
A característica da crença de extensão do contato
com o mundo além do alcance dos
nossos sentidos imediatos melhora
substancialmente nossa capacidade de sobrevivência.
Um homem das cavernas tem uma probabilidade
muito maior de permanecer vivo se
ele é capaz de sustentar a crença de que
existem perigos na
selva, mesmo quando seus dados sensoriais
indiquem que não há nenhuma ameaça imediata. Um policial estará substancialmente
mais seguro se ele ou ela puder continuar a acreditar que alguém parado por uma infração de trânsito pode ser um psicopata armado,
com um impulso de matar,
mesmo que apresente uma aparência notavelmente inofensiva.
Além dos Sentidos
Tendo em vista
que as crenças não precisam de dados
sensoriais imediatos para ser capazes de prover o cérebro com valiosas informações para a
sobrevivência, elas possuem a função de sobrevivência
adicional de fornecer informações sobre
aspectos da vida que não lidam
diretamente com entidades sensoriais.
Esta é a área das abstrações e princípios que envolvem coisas como "razões", "causas" e "significados." Eu não posso ouvir ou ver a "causa" chamada "zona de baixa pressão" que
faz com que uma tempestade atrapalhe os meus
planos do dia, então a minha capacidade
de acreditar que a baixa pressão
é a causa me ajuda. Se eu fosse depender estritamente
de meus sentidos para determinar
a causa da tempestade, eu não
poderia dizer o porquê dela ter ocorrido. Pelo que eu
sei, ela pode ter sido arrastada por
duendes voadores invisíveis que preciso acertar com a minha espingarda,
se eu quiser clarear o céu. Portanto,
a confiança do meu cérebro em
minha "crença" na causa
chamada de "baixa pressão", ao
invés de dados sensoriais (ou,
como no caso do meu carro, a
ausência deles) auxilia na minha sobrevivência: Eu evito ser preso
com diversos indivíduos perigosos por sair atirando para o céu
em uma caça irrefreável a duendes voadores.
A Resiliência das Crenças
Sendo os sentidos e crenças duas
ferramentas para a sobrevivência que
evoluíram para aumentar uma à
outra, nosso cérebro os considera
separados, mas igualmente importantes fornecedores
de informações para a
sobrevivência. A perda de qualquer um dos dois nos coloca em perigo. Sem os nossos sentidos não
poderíamos saber sobre o mundo dentro
da nossa esfera de percepção.
Sem as nossas crenças não poderíamos saber sobre o mundo exterior
aos nossos sentidos ou sobre significados, razões, ou causas.
Isto significa que as crenças são projetadas para
operar independentemente dos dados sensoriais. Em verdade, todo o valor de sobrevivência
das crenças é baseado em sua capacidade de persistir em face de evidências contraditórias. Não é esperado que crenças mudem facilmente ou simplesmente ao ser
confrontadas a evidências que as desmintam.
Se o fizessem, seriam praticamente inúteis como ferramentas para a sobrevivência. Nosso homem das cavernas não iria durar muito
se a sua crença em potenciais perigos na selva evaporasse cada vez que sua informação sensorial afirmasse que não há
nenhuma ameaça imediata. Um policial
incapaz de acreditar na possibilidade de
um assassino à espreita por detrás de uma aparência inofensiva poderia facilmente terminar ferido ou morto.
Dessa forma,
para o nosso cérebro, não há
absolutamente nenhuma necessidade de que evidências
e crenças concordem entre si. Cada um dos dois evoluiu para aumentar e complementar um ao outro ao entrar em contato com diferentes aspectos do mundo. Eles são projetados para serem capazes de
discordar. É por isso que cientistas podem acreditar em Deus e pessoas que geralmente são bastante razoáveis e racionais podem acreditar em coisas
para as quais não há dados
confiáveis, tais como discos voadores, telepatia e psicocinese.
Quando os
dados e as crenças entram em conflito, o cérebro não dá automaticamente a
preferência para aos dados. É por isso que as crenças – mesmo crenças ruins,
crenças irracionais, crenças tolas, ou crenças loucas – muitas vezes não desaparecem
quando confrontadas com evidências contraditórias. O cérebro não se importa se
a crença é corroborada ou não pelos dados. Ele apenas se importa com o quanto a
crença é útil para a sobrevivência. Ponto final. Assim, enquanto a parte
científica e racional do nosso cérebro pode pensar que os dados deveriam se
sobressair às crenças contraditórias, em um nível mais fundamental de
importância o nosso cérebro não possui tal viés. É extremamente reticente em
abandonar suas crenças. Como um velho soldado com sua velha arma que não acredita
de verdade que a guerra acabou, o cérebro acaba se recusando a se render mesmo
que os dados digam que deveria.
Crenças
“Inconsequentes”
Mesmo crenças que não pareçam claramente ou diretamente ligadas à sobrevivência (como a
habilidade de nosso homem das cavernas
em acreditar em perigos potenciais)
ainda estão intimamente ligadas à
sobrevivência. Isto se dá porque as
crenças não ocorrem individualmente
ou em um vácuo. Eles estão relacionados um à outra em um sistema de forte integração
que cria a visão fundamental do cérebro da natureza do
mundo. É deste sistema que o
cérebro depende a fim de
experimentar a consistência, o controle, a coesão
e a segurança no mundo. Ele deve manter o sistema intacto para poder sentir que a sobrevivência está sendo alcançada com sucesso.
Isto significa que mesmo crenças aparentemente
pequenas e inconsequentes podem
ser tão pertinentes para a totalidade da experiência de sobrevivência do
cérebro quanto as crenças que são “obviamente” ligadas à sobrevivência. Assim, tentar mudar qualquer crença, não importa o quão pequena ou boba ela possa parecer,
pode produzir efeitos
em cascata por todo o sistema e,
consequentemente, ameaçar a
experiência de sobrevivência do cérebro. É por isso que as pessoas estão comumente dispostas a defender suas crenças, mesmo que aparentemente pequenas
ou superficiais. Um criacionista não tolera acreditar na precisão dos dados que indicam a realidade da
evolução não pela exatidão ou inexatidão dos dados em si, mas porque
mudar até mesmo uma crença relacionada a assuntos da Bíblia e da natureza da criação rachará todo um sistema de crenças, uma visão fundamental de mundo e,
em última análise, a experiência de sobrevivência do seu
cérebro.
Implicações para os céticos
Pensadores céticos devem entender que por
causa do valor de sobrevivência
das crenças, evidências que as
confrontem raramente, talvez nunca, vão ser suficientes
para mudá-las, mesmo com pessoas “normalmente tão
inteligentes”. Para efetivamente mudar
as crenças, céticos devem atentar
para o seu valor de sobrevivência, não apenas em seu valor de precisão dos dados. Isso envolve uma infinidade de elementos.
Primeiro, os céticos não devem esperar que crenças mudem simplesmente devido aos dados ou supor que as pessoas são estúpidas porque suas crenças não mudam. É preciso evitar se tornar por demais crítico ou depreciativo em resposta à resistência das crenças. As pessoas não são necessariamente idiotas só porque suas crenças não cedem a novas informações. Os dados sempre são necessários, mas raramente são suficientes.
Em segundo
lugar, os céticos devem aprender a sempre discutir não apenas o tópico específico abordado pelos dados,
mas também as implicações que a mudança das crenças relacionadas terá para a visão fundamental de mundo e
sistema de crenças dos indivíduos
afetados. Infelizmente, abordar os sistemas de crenças é uma tarefa muito mais árdua e complicada do que simplesmente apresentar evidências
contraditórias. Céticos devem discutir
o significado dos seus dados em
face da necessidade do cérebro
para preservar seu sistema de crenças
a fim de manter uma ideia de totalidade,
consistência e controle. Os céticos
devem se dispor a discutir problemas filosóficos fundamentais e
a ansiedade existencial que fervilha quando quaisquer crenças são desafiadas. A tarefa é, em cada detalhe, tão filosófica e psicológica
quanto científica e baseada em evidências.
Terceiro, e talvez mais importante, céticos
devem sempre apreciar o quão difícil é para as pessoas terem suas crenças confrontadas. É, literalmente, uma ameaça ao senso de sobrevivência do seu cérebro. É completamente normal que as pessoas fiquem na defensiva em tais situações. O cérebro se sente como que lutando por sua vida.
É lamentável que isso possa acarretar
em comportamentos provocativos, hostís e
até cruéis, mas é compreensível
também.
A lição para os céticos é entender que as pessoas geralmente não possuem a intenção de serem más, grosseiras, teimosas
ou estúpidas quando elas são desafiadas. É uma luta pela sobrevivência. A única maneira eficaz de lidar com este tipo de defesa é a de desarmar o conflito ao invés de inflamá-lo. Tornar-se sarcástico
ou menosprezar o outro simplesmente dá às defesas da outra pessoa um ponto de apoio para impelir
um “toma lá, dá cá” que justifica os seus sentimentos de estar sendo ameaçado
("É claro que lutamos contra os
céticos, olha como eles são babacas e
hostís!"), ao invés de se focar na verdade.
Os céticos só vão ganhar a guerra pelas crenças racionais ao continuar, mesmo quando confrontados com respostas defensivas
dos outros, a usar comportamentos que
são infalivelmente dignos e cuidadosos, demonstrando respeito e sabedoria. Para que os dados falem alto,
os céticos devem sempre se abster de
gritar.
Finalmente,
deve ser reconfortante para todos os céticos lembrar que a parte verdadeiramente mais fantástica de
tudo isto não é que tão poucas
crenças mudem ou que as pessoas podem
ser tão irracionais, mas que as crenças
de qualquer um podem se modificar. A habilidade dos céticos
para alterar suas próprias crenças em resposta às
evidências é um verdadeiro dom;
uma habilidade única, poderosa e preciosa.
É genuinamente uma "função cerebral
superior" na medida em que vai
de encontro a algumas das mais naturais e biologicamente
fundamentais necessidades. Os céticos
devem entender o poder e,
verdadeiramente, o risco que esta
habilidade os concede. Eles têm em sua posse uma habilidade que pode ser assustadora, capaz de mudar vidas, e capaz
de induzir dor. Ao direcionar esta habilidade a outrem ela deve ser usada
com cuidado e sabedoria. Desafiar
crenças deve sempre ser feito com
zelo e compaixão.
Céticos devem se lembrar de sempre manter os olhos no objetivo. Eles devem ver à longo prazo. Eles devem se esforçar em tentar vencer a guerra pelas crenças racionais, não se envolver em uma luta até a morte por qualquer batalha em particular com uma pessoa em particular ou uma crença em particular. Não só as evidências e métodos dos céticos devem ser idôneos, diretos e imparciais, como também sua atitude e conduta.
Céticos devem se lembrar de sempre manter os olhos no objetivo. Eles devem ver à longo prazo. Eles devem se esforçar em tentar vencer a guerra pelas crenças racionais, não se envolver em uma luta até a morte por qualquer batalha em particular com uma pessoa em particular ou uma crença em particular. Não só as evidências e métodos dos céticos devem ser idôneos, diretos e imparciais, como também sua atitude e conduta.
Gregory W. Lester, Ph.D. é psicólogo e professor da University of St. Thomas em Houston, Texas, e atua em Houston e em Denver, Colorado.
5 comentários:
Excelente artigo.
Achei até meio "frustrante" pra mim por ele ter deixado claro o quanto é dificil mudar algumas coisas. As pessoas respondem de maneiras diferentes quando tem suas crenças confrontadas, e é um trabalho delicado, porém necessário, reduzir a força de crenças perigosas/nocivas à sociedade.
Geralmente, durante um debate qualquer, corre em paralelo também uma guerra de egos e há uma preocupação muito grande em não se dar por vencido. Percebo que é extremamente dificil (pra mim também) escapar do sentimento de "nós contra eles" e lembrar que nosso objetivo é simplesmente convidar o outro a ver o mundo com nossos olhos e, pra isso, a empatia talvez seja fundamental (pras duas partes). Reconhecer a crença como uma ferramenta evolutiva para a otimização das chances de sobrevivencia do individuo só ressalta a importancia da empatia, pq apesar de sistemas de crença diferentes, todos temos em comum a necessidade de inferir coisas que estão além do alcance dos nossos 5 sentidos.
Valeu, Leon.
Pois é, é um pouco frustrante sim saber que as crenças são dificilmente mudadas. Mas apesar de difícil, é sim possível, para isso somamos as evidências e o argumento racional com uma busca de sobriedade na hora de argumentar (para não ofender ninguém), buscando sempre a assertividade.
Curti o texto e o comentário do Leon! Como falei via MSN, gostei da proposta central do autor mas, no entanto, achei excessivo o uso (didático?) de explicações teleológicas e senti falta de algumas definições (como uma para o termo "crença"). E acho que o autor poderia abordar mais a questão da sobrevivência...
Mas achei ótimos os dois últimos tópicos e seu empenho na tradução e divulgação.
Abraços, Marcus!
Muito esclarecedor. Eu sempre fiquei intrigado com as pessoas inteligentes que se mantinham agarradas a crenças irracionais. Imaginava que bastaria apresentar dados para elas raciocinarem e largarem essas crenças. Mas, como fica evidente no artigo acima, isso não funciona. Vou tomar mais cuidado de agora em diante.
Perfeito...
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